segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

BRASIL BARRETO / POETAS DEL MUNDO * Antonio Cabral Filho - Rj

MOVIMENTO POETAS DEM MUNDO
BRASIL BARRETO
http://www.poetasdelmundo.com/detalle-poetas.php?id=4035 
*
VELOZ-CIDADE # BRASIL BARRETO - RJ
BRASIL BARRETO
http://www.almadepoeta.com/brasilbarreto.htm

***
BRASIL BARRETO
foi publicado por mim, em julho de 1997, e agora, 16 anos depois, eu encontro poesia dele no site ALMADEPOETA. 
Não resisto e republico aqui, no curupirablog, o seu

VELOZ-CIDADE


QUEM SABE EXISTE
UM POEMA PARODIANDO
NOSSO COTIDIANO.
A CIDADE APRESSADA
ENTARDECE AS HORAS,
LOGO A BOCA DA NOITE
A ENGOLIRÁ EM VELOZES
AMARGOS GOLES...
SABEMOS DOS PERIGOS
QUE NELA RONDAM,
A LEPTOSPIROSE
TEM SEU LUGAR COMUM.
O AMOR É VENDIDO
A CADA ESQUINA,
FRAGMENTOS ESQUECIDOS.
AOS MEUS OLHOS CENAS SUTIS
A VIDA NUA E CRUA,
ANSEIA NO MEIO DA PRAÇA
DE MÃOS DADAS COM SUAS
GURIAS
OFERTANDO SEUS SEXOS MIRINS,
A VIDA É ESSA CAMARADA
QUE PASSA NUA NOS BECOS
DOS SEUS SANTOS DIAS.
*
BRASIL BARRETO - POETAS DEL MUNDO
***
Nacionalidad:
Brasil
E-mail:
Biografia
DESSEMELHANTE

Longe sobrevoa a ave
no claro e aceso espelho
das águas da baía,
enquanto abrigo em mim
tortas lembranças
além dos dias recolhidos
em meu próprio existir.
Sinto o derreter das horas
que tudo dilui por aqui,
nesse vago trânsito.

Tenho gosto por esse
interminável vai-e-vem.

O tempo que nada espera
ora acalma, ora desespera.

Extraído de CADERNO DE POEMAS [Rio de Janeiro: Edições Kalamares, 2004].

QUEDA LIVRE

Permita que se esvazie
como um anjo de masmorra,
partido será o grito
nesse mar de granito.

Como uma rês em osso
soçobro nos ecos dos tempos
d'uma flauta de vértebras,
nas curvas do vento.

Sou palavra em queda,
refletida no fundo do poço
não fale, pois eis que
nada, já não ouço.

Ainda ao fim de hoje
serei como palavra
em eterna queda livre.

CIDADANIA FUGIDIA

Elites brancas
negras elites
brancos e pretos
fazem conversações.

Enquanto findo
sem cor, sem raça
híbrido como o sapo
sou povo na praça.

Sou sonho mestiço
mística mistura
como feitiço.

Sou moreno,
sem antídoto
para o veneno.

Sou mulato
meio tom
tom exato.

Sou a fuga
no meio da noite
sem disfarce.

No próximo ato
pardo me desfaço
em novo salto.

***

Nenhum comentário:

Postar um comentário